Chega a vez da 
Inglaterra. O país que inventou o futebol está no complicado grupo D. Considerando além do futebol, existem admiradores da cultura inglesa em todos os recantos do mundo, principalmente no que se refere a música. Já no cinema, apesar dos grandes cineastas, dos filmes memoráveis e atores reconhecidos, o cinema inglês não goza do prestígio, por exemplo, de um cinema francês. Um artigo de 
Gilles Jacob (crítico, escritor e diretor), intitulado 
O Cinema Inglês (2011), comenta esse fato e já de cara dispara uma citação de 
François Truffaut: “O cinema inglês não existe”. O artigo trata de reconsiderar a polêmica frase de 
Truffaut e se posiciona sobre isso demonstrando que não é bem assim. Jacob enumera as diversas fases e os feitos cinematográficos da Inglaterra. Pra quem tiver curiosidade, o artigo está disponível na 
página do 
Festival de Cannes.
 
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| Drama CONTEMPORÂNEO. Violência e medo em curta inglês | 
Aqui vai uma pequena amostra pra contrariar Truffaut. O curta-metragem (
short film) selecionado pra representar a Inglaterra nesta 
Copa de Curtas ganhou trinta e oito premiações em festivais, incluindo o 
Prêmio Internacional do Júri no Sundance Film Festival, nada mal pra um filme de um cineasta iniciante. O curta em questão chama-se 
Soft, que ao contrário do nome, é denso e faz pensar sobre medos que julgamos superados. Um crítico do 
The Guardian refere-se ao filme como chocante e violento e intimamente perturbador; já outro da 
Shots Magazine repara na habilidade do diretor de "extrair performances convincentes, muitas vezes de jovens atores inexperientes e não-profissionais". 
Soft inicia com um plano-sequência de uma perseguição, em seguida testemunhamos o espancamento de um jovem, que tem a dureza da cena reforçada pelo realismo documental da imagem conferida pelo aspecto de vídeo filmado por celular. Após isso entramos na casa e na realidade deste garoto que vive com o pai. O filme tem diálogos em inglês e não possui legendas, mas até eu que não entendo nada mesmo do idioma consegui entender, talvez aí a vantagem do inglês britânico. O diretor 
Simon Ellis sabe conduzir seu filme e, apesar da temática violência-jovem-gangue, ele não cai na tentação de transformar o filme em videoclipe, dirigindo-o de forma ponderada e acadêmica. Isso não é demérito, pelo contrário, assim ele dá o tom certo, conseguindo dirigir os atores e tirar deles grandes interpretações. Sinto dificuldade de comentar mais sobre o curta com o temor de revelar além do que deveria, mas creio que o filme lida com os terrores internos que todo mundo já viveu, porém, só não sabe se superou.
 
Sinopse
Quando um pai e filho são aterrorizados de forma independente pela mesma gangue de jovens, pai é forçado a lidar com os medos que ele não teve de enfrentar desde que deixou a escola, redescobrindo seu medo de confronto no pior momento possível.
Gênero Ficção
Diretor Simon Ellis
Elenco Jonny Phillips, Matthew O'Shea, Michael Socha, Ashley Marshall, Luke Kingston, David Harrison, Jess Buxton, Zara Hearnshaw, Kiddus Salassie
Ano 2007
Duração 14min
Cor Colorido
Bitola 35mm
País Inglaterra
 
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