sábado, 30 de junho de 2007

Cenas Inesquecíveis do Cinema Nacional

Com o intuito de comemorar o Dia do Cinema Nacional, celebrado no dia 19 de junho, os jornalistas Danilo Ribeiro Gallucci e Rafael Capanema, da revista Almanaque Brasil, convidaram especialistas de todo o País "para apontar cenas inesquecíveis produzidas por aqui".

Do cinema mudo a produções recentes; de chanchadas ao Cinema Novo, eles relembram passagens marcantes dessa arte que nos oferece visões das coisas grandes e pequenas, que nos formaram e estão a nos formar, como diz a letra de Caetano Veloso. Também temos a nossa cena preferida. E a sua, qual é?

CINEMA NOSSO
BRASIL EM CENAS

por Danilo Ribeiro Gallucci e Rafael Capanema

Foi nos últimos suspiros do século 19 que os brasileiros experimentaram pela primeira vez a magia do cinema. A apresentação da novidade, naquela tarde de julho de 1896, no Rio de Janeiro, deve ter sido surpreendente. Há quem diga que nas primeiras exibições em Paris, menos de um ano antes, o público correu assustado diante da chegada de um trem que vinha na direção da câmera.

Por aqui, em 1898, a primeira filmagem abriu as portas para novas experiências. Em 1911, a Photo Cinematographia Brasileira gera nossos primeiros filmes. Em 1930, um jovem poeta de 22 anos insere seu nome na história. Mário Peixoto dirige seu único filme, o até hoje cultuado Limite. Humberto Mauro se consagra com Ganga Bruta, de 1933.

A estrutura que faltava vem com o advento das companhias cinematográficas. Ademar Gonzaga cria a Cinédia em 1930 e privilegia as chanchadas, leves e descompromissadas. Com elas, despontam atores inesquecíveis, como Oscarito e Grande Otelo. A partir de 1941, a Companhia Cinematográfica Atlântida lota cinemas com títulos como Nem Sansão, nem Dalila, Matar ou Correr e Aviso aos Navegantes. Ao fim da década, a Cinematográfica Vera Cruz lança nomes como Mazzaropi e Lima Barreto.

A geração do Cinema Novo, na década de 1960, surge para mudar o curso da história. Com o ideal de “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”, produz obras sobre as disparidades brasileiras, abusando de narrativas ousadas e uma estética realista. Influencia o mundo. Daí saíram alguns dos melhores diretores que o País já teve: Leon Hirszman, Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade.

As décadas seguintes são marcadas por uma sucessão de altos e baixos. Subsídios federais e censura ditam o fluxo das produções. Entre os sucessos, Eu Sei que Vou Te Amar, de Arnaldo Jabor, e Central do Brasil, de Walter Salles. Já na virada do terceiro milênio, Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, e Lavoura Arcaica, de Luiz Fernando Carvalho, mostram a capacidade criativa dos nossos realizadores.

Apesar das dificuldades de produção, a filmografia nacional não deixa de se renovar, revelando novos talentos e obras surpreendentes, como Cinema, Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes; O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia; Estamira, de Marcos Prado; O Céu de Suely, de Karim Aïnouz. Que venham outros. E que o País nunca saia de cena.

LIMITE (1931)
Mário Peixoto



QUEM ESCOLHE
Michael Korfmann, professor do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e co-autor de Ten Contemporary Views on Mário Peixoto’s Limite (MV Wissenschaft, 2006).

A CENA
A imagem inicial e final do filme, mostrando a mulher (interpretada por Olga Breno), abraçada por um homem de algemas. “Esta imagem introduz o leitmotiv (motivo condutor) do aprisionamento, e abre caminho para uma longa e quase hipnótica cena do barco”, comenta Korfmann.

SINOPSE
A narrativa pouco convencional, com uso freqüente de flashbacks, conta a história de duas mulheres e um homem confinados em um barco que vaga pelo oceano. Depois de uma tempestade, os três relembram suas vidas.

VOCÊ SABIA?
A cena das algemas foi inspirada em uma foto de André Kertesz, publicada na 74ª edição da revista francesa Vu. Peixoto viu a imagem quando passeava por Paris e ficou tão impressionado que escreveu na mesma noite o esboço do filme.

O CANGACEIRO (1953)
Lima Barreto


QUEM ESCOLHE
André Setaro, professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, jornalista, pesquisador e crítico de cinema.

A CENA
A seqüência da invasão da cidadezinha pelo bando de cangaceiros. “É um dos momentos fortes e reveladores da carpintaria narrativa de Lima Barreto”, afirma Setaro. “Há uma dinâmica na seqüência que promove o envolvimento do espectador na ação.”

SINOPSE
Inspirado na trajetória de Lampião, o filme é sobre um bando de cangaceiros que invade uma cidade e captura a professora Olívia (Marisa Prado). Ela se apaixona por um rapaz do bando, Teodoro (Alberto Ruschel), e ambos fogem para viver o amor proibido.

VOCÊ SABIA?
O Cangaceiro foi eleito o Melhor Filme de Aventura no festival de cinema de Cannes em 1953. Apesar do enredo, não foi filmado no Nordeste, mas em Vargem Grande do Sul, interior de São Paulo.

VIDAS SECAS (1963)
Nelson Pereira dos Santos



QUEM ESCOLHE
Marcos Silva, professor de História da USP, organizador do livro Clarões da Tela: O cinema dentro de nós (EDUFRN, 2006) e autor de diversos artigos acadêmicos sobre história e cinema.

A CENA
O prólogo e o epílogo do filme, mostrando os personagens caminhando ao som de carros de boi que não aparecem. “A cena constrói, como cinema, um grande tema do romance: o que é ser um ser humano? Essas criaturas são humanas? A indagação sobre a humanidade coloca horizontes para a reflexão sobre o mundo muito humano dos sentimentos e das fantasias que essas pessoas experimentam”, diz Silva.

SINOPSE
Baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos, o filme descreve uma família de retirantes nordestinos que, diante das péssimas condições de vida, emigra em busca da sobrevivência.

VOCÊ SABIA?
Em 1982, o British Film Institute (Instituto Britânico de Cinema) publicou uma relação com as 360 obras fundamentais de uma cinemateca. Vidas Secas é o único filme brasileiro.

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL (1964)
Glauber Rocha



QUEM ESCOLHE
Ivana Bentes, professora e diretora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e autora de Joaquim Pedro de Andrade: A revolução intimista (Relume Dumará, 1996), entre outros.

A CENA
O longo plano em seqüência da corrida de Manoel e Rosa em direção ao mar, fugindo de Antônio das Mortes. De repente, o diretor corta e mostra a imagem do mar, ao som de As Bachianas, de Villa-Lobos. “É como se realizasse a profecia: o sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão”, diz Ivana. “É um final monumental, uma das mais grandiosas cenas do cinema brasileiro.”

SINOPSE
Durante uma briga, o vaqueiro Manoel (Geraldo del Rey) mata o coronel que o explorava, foge com a esposa Rosa (Yoná Magalhães) e se junta ao bando do cangaceiro Corisco (Othon Bastos).

VOCÊ SABIA?
Premiado no México, na Itália e na Argentina, o filme deixou de faturar a Palma de Ouro em Cannes por apenas um voto.

CABARET MINEIRO (1980)
Carlos Alberto Prates Corrêa


QUEM ESCOLHE
Jean-Claude Bernardet, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, crítico, roteirista, diretor e autor de Brasil em Tempos de Cinema (Cia. das Letras, 2007), entre outros.

A CENA
A última seqüência, na qual Soroco retorna de trem do hospital ao som de uma cantoria de adeus. “Acho o filme uma obra-prima. Ele tem uma liberdade e uma inovação de linguagem muito grandes. Vai do grotesco quase pornográfico até o patético dessa seqüência final”, comenta Bernardet.

SINOPSE
Adaptado do conto Soroco, Sua Mãe e Sua Filha, de Guimarães Rosa, o musical narra uma viagem de trem pelo interior de Minas, na qual o aventureiro Paixão encontra novos amores e relembra paixões antigas.

VOCÊ SABIA?
Cabaret Mineiro foi o grande vencedor do 9º Festival do Cinema Brasileiro de Gramado, em 1981. Levou seis Kikitos, entre eles, o de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator (Nelson Dantas).

CABRA MARCADO PARA MORRER (1984)
Eduardo Coutinho


QUEM ESCOLHE
Fernão Ramos, professor do Departamento de Cinema da Unicamp, presidente-fundador da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e organizador da Enciclopédia do Cinema Brasileiro (Senac, 2000).

A CENA
O reencontro entre a viúva de João Pedro Teixeira, Elisabeth, e Eduardo Coutinho, no interior do Rio Grande Norte. “A cena representa bem um novo espírito para o documentário brasileiro, voltado para o chamado ‘cinema verdade’. O filme remete à feitura do próprio filme”, observa Ramos.

SINOPSE
Em 1963, Coutinho começou a trabalhar em um projeto de ficção, reconstituindo o assassinato do líder das Ligas Camponesas João Pedro Teixeira. As filmagens foram interrompidas pelo golpe de 1964 e retomadas, como documentário, 17 anos depois.

VOCÊ SABIA?
Durante as gravações do filme, em 1964, houve um conflito nas proximidades, envolvendo policiais, empregados de uma usina e camponeses. A polícia ocupou a região e 11 pessoas morreram.

LAVOURA ARCAICA (2001)
Luiz Fernando Carvalho



QUEM ESCOLHE
Philippe Barcinski, diretor de Não por Acaso (2007).

A CENA
A primeira cena do filme, em que André (Selton Mello) está sentado no chão sujo da pensão, sofrendo. O som de uma locomotiva atravessa o quarto. “Todos os elementos que formam o conjunto da cena dão corpo e alma a uma página infilmável do romance de Raduan Nassar”, opina Barcinski.

SINOPSE
André é um descendente de libaneses que se rebela contra as tradições da família e foge de casa. Seu irmão o encontra numa pensão suja. A partir daí, vêm à tona os motivos que levaram o rapaz a abandonar a família.

VOCÊ SABIA?
O filme foi realizado em uma fazenda no interior de Minas Gerais. Nela, os atores e a equipe técnica aprenderam a trabalhar a terra, ordenhar, fazer pão, bordar e dançar como os personagens que retrataram.

O INVASOR (2001)
Beto Brant



QUEM ESCOLHE
Lúcia Nagib, professora do Instituto de Artes da Unicamp, autora de O Cinema da Retomada (Editora 34, 2002).

A CENA
Gilberto conta para o sócio Ivan seu plano para matar o acionista majoritário. A câmera se vira e capta a babá paquerada por Gilberto e o mestre-de-obras Cícero. Gilberto diz: O mundo é assim, meu velho. No fundo, esse povo quer o seu carro. Querem o seu cargo, o seu dinheiro, as suas roupas. “A lógica da exploração capitalista se apresenta no filme como a própria lógica da cidade real”, defende Lúcia.

SINOPSE
Estevão, Ivan e Gilberto são sócios há mais de 15 anos. Estevão ameaça desfazer a sociedade e os outros contratam Anísio para eliminá-lo. No entanto, os planos de ascensão social do matador passam a interferir diretamente na vida dos mandantes, invadindo cada vez mais a privacidade de ambos.

VOCÊ SABIA?
O Invasor foi realizado a partir do Programa Cinema Brasil, para filmes de baixo orçamento. O longa marca a estréia de Paulo Miklos, vocalista dos Titãs, nas telas, o que lhe rendeu o prêmio de Ator Revelação no Festival de Cinema de Brasília.

CIDADE DE DEUS (2002)
Fernando Meirelles



QUEM ESCOLHE
Heitor Dhalia, diretor de Nina (2004) e O Cheiro do Ralo (2007).

A CENA
Seqüência durante o baile funk na qual Bené (Phellipe Haagensen) é assassinado. “Gosto do momento em que Bené vai passando por todos aqueles grupos que compõem o universo do morro e, depois, aparece no baile vazio, morto nos braços da namorada. É uma cena linda”, observa Dhalia.

SINOPSE
O filme narra a história de diversos personagens da comunidade Cidade de Deus, no Rio, e seu envolvimento com o mundo do crime e do tráfico de drogas.

VOCÊ SABIA?
Grande parte do elenco nunca havia tido contato com a dramaturgia. Os atores foram selecionados entre garotos de diferentes comunidades e favelas do Rio de Janeiro, depois de mais de 2 mil entrevistas.

Fonte: AlmanaqueBrasil

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quinta-feira, 28 de junho de 2007

O Guerrilheiro Domingos de Oliveira

Guerrilha cinematográfica
por Ana Paula Sousa

No lançamento do novo filme, Carreiras, Domingos de Oliveira ataca a dependência estatal e diz que o cinema nacional divorciou-se do público

Havia um certo espírito de guerrilha na pré-estréia de Carreiras, na terça-feira 19, no Espaço Unibanco de Cinema, em São Paulo. O filme, que entrou em cartaz nesta sexta-feira 15, é quase um patinho feio da produção atual. Filmado com 35 mil reais, lançado em apenas seis salas, em sistema digital (sem as tradicionais cópias em película), e apelidado de filme “B.O.A.A”, sigla que significa “baixo orçamento e alto astral”, Carreiras é uma aposta de risco encampada pelo diretor Domingos de Oliveira.

Aos 70 anos, no 11º longa-metragem da carreira, o cineasta, que ganhou com Todas as Mulheres do Mundo (filme de 1967, protagonizado por Leila Diniz e Paulo José), resolveu transformar o cinema em ato político. A nova produção é aberta com um letreiro que conta que veremos uma produção feita em oito dias, com um custo de 5 a 10 vezes menor do que a média e incita: “Se viabilizado comercialmente, significa a democratização do cinema brasileiro”.

A despeito dos propósitos nobres, Carreiras é vítima das próprias limitações orçamentárias. Cinema também é técnica e, não raro, o filme incomoda pela luz mal cuidada ou pelo foco que escapa. Além disso, a história da apresentadora de tevê que passa uma noite a cheirar cocaína, protagonizada pela atriz Priscilla Rosembaum soa às vezes artificial. Nas conversas ao telefone, por exemplo, incomoda o fato dela repetir as frases ditas por um suposto interlocutor. No teatro, apresentado como monólogo, o texto funcionava melhor. Ainda assim, Carreiras é filme no qual se deve prestar atenção.

Na entrevista a seguir, concedida no café no Espaço Unibanco, pouco antes da exibição do filme, Oliveira explicita suas propostas.

CartaCapital: O manifesto não acabou virou marketing?

Domingos de Oliveira: Não foi, de forma alguma, uma estratégia de marketing pensada, mas é verdade que isso acabou acontecendo.

CC: O que o senhor esperava com o manifesto?

DO: Eu esperava chamar um pouco a atenção para essa situação absurda que vivenciamos no cinema brasileiro. É tudo tão absurdo que o sistema de produção, simplesmente, não prevê a participação privada nos filmes. O governo acaba incentivando a dependência estatal.

CC: Por que o senhor não quer entrar nos editais públicos, participar dos concursos?

DO: Porque o filme que eu quero fazer hoje não é necessariamente o filme que eu quero fazer daqui a três anos, quando sair o dinheiro. O artista tem que organizar a própria vida, não pode passar o tempo todo à espera dos resultados dos júris, de um dinheirinho aqui, outro ali.

CC: O que é preciso para fazer um filme em sistema de cooperativa?

DO: Uma equipe disposta a participar disso e uma câmera digital. A grande dificuldade foi conseguir o dinheiro para finalizar o filme para fazer o transfer (passar do vídeo para a película 35 milímetros). O governo não ajuda o filme pronto. Por isso, dei início à campanha pelo edital do filme pronto, que beneficiaria obras já filmadas, que precisam apenas ser concluídas. Desse modo, o governo utilizaria muito melhor o dinheiro público.

CC: Como tem sido recebida a idéia?

DO: Tem havido reações violentas de gente do meio cinematográfico. Muitos cineastas se acostumaram a inflar o orçamento para, num filme, ganhar o que precisam para se manter por quatro anos, que é o tempo que, em geral, se leva para fazer uma outra produção. É uma situação que me faz pensar nos policiais cariocas que fazem bicos como seguranças privados. O governo sabe disso, mas fecha os olhos porque, para proibi-los, teria que resolver uma outra situação, teria que aumentar os salários.

CC: Em termos estéticos e temáticos, essa política de editais, concursos e patrocínio privado tem tido que conseqüências sobre o cinema brasileiro?

DO: Tem provocado um perverso e doentio divórcio entre o cinema e o público. Quando faz um roteiro, um diretor ou roteirista, pensa primeiro se vai agradar ao júri. Só depois pensa no público.

CC: Muitas vezes, pensa também no gosto das majors (Fox, Warner e Columbia), que hoje são importantes co-produtoras, não?

DO: Isso é ainda mais perverso. O problema é que, na cultura, está todo mundo desesperado com a falta de apoio. Todo mundo, no cinema e no teatro, se viu obrigado a transformar-se em captador de verba. O artista não sabe mais qual é a sua função.

CC: Qual é a sua função?

DO: Falar de coisas que me interessam, fazer filmes, peças ...

CC: Há outro filme a caminho?

DO: Tenho outro filme pronto, que fiz com o Paulo José e o Aderbal Freira Filho. É um filme sobre os homens que se aproximam dos 70 anos. Mas custou 1 milhão de reais e, até por isso, tem que ter uma distribuição melhor.

CC: No teatro as coisas são mais fáceis?

DO: No teatro, no cinema, em tudo, o sucesso depende da mídia. Mas, em São Paulo, ainda é possível montar uma peça num lugar decente. No Rio de Janeiro, todos os bons teatros só aceitam peças que tenham atores da Globo.

CC: O cinema, na tevê Globo, também não é muito diferente ...

DO: Ah, sim. Filmes que não têm a participação da GloboFilmes não podem nem ser citados na programação. Eu tentei fazer com que Separações fosse exibido na tevê, por ser um filme de fácil comunicação com o público. O que eu ouvi? Que não podia passar porque não tinha atores da Globo.

Fonte:
CartaCapital