terça-feira, 15 de julho de 2014

Grupo G - Alemanha curta-metragem

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Enfim a Alemanha, a grande campeã da Copa 2014 e responsável pela exposição máxima da fragilidade da seleção brasileira. No futebol os alemães tiveram uma longa preparação e um ressurgimento, assim como no cinema. A grande verdade é que o cinema alemão só voltou a ser projetado mundialmente outra vez com o estrondoso sucesso de Corra Lola, Corra, de Tom Tykwer (1998). Após o filme de Tykwer, o cinema alemão despertou de sua longa hibernação e logo o mundo conheceu excelentes filmes como a tragicomédia Adeus, Lênin!, de Wolfgang Becker (2003); Edukators, de Hans Weingartner (2004); A Queda, de Oliver Hirschbiegel (2004), entre outros. Não dá pra não citar os velhos mestres como Wim Wenders, Volker Schlöndorff e Werner Herzog. Voltando ao passado, impossível deixar de fora o Expressionismo alemão, cujo auge foi na década de 1920, e que tinha como característica a "distorção de cenários e personagens, através da maquiagem, dos recursos de fotografia e de outros mecanismos, com o objetivo de expressar a maneira como os realizadores viam o mundo" (fonte: Wikipédia). Depois desse período, as grandes companhias cinematográficas germânicas foram encampadas pelo Estado. Hitler e Goebbels transformaram o cinema alemão no maior meio de difusão da propaganda nazista, para isso o governo passou a controlar todo o processo de criação. Pra quem tiver interesse em saber mais sobre o cinema da Alemanha, recomendo o artigo da Wikipédia referente ao assunto. Também recomendo uma olhada no Cinema de Buteco que, após a conquista do tetra alemão, listou quatro filmes imperdíveis da filmografia alemã.

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INOCÊNCIA. Menino diz pra mãe que quer ir embora com o amigo judeu
Sabe como se diz curta-metragem em alemão? É kurzfilm. Não imagina a dificuldade que é achar algum legendado, poucos têm legendas em inglês, em português então, raridade. Mas, tenho a sorte (além de obstinação/obsessão) de achar tesouros nas minhas garimpagens. E eis que a ventura me trouxe este belíssimo curta chamado Spielzeugland (Toyland em inglês), e o melhor: Legendas perfeitas em português! Este breve filme, ambientado na Alemanha Nazista, mostra a forte amizade entre dois garotinhos, o alemão Heinrich  e David, de origem judaica. Ademais de vizinhos, os meninos praticam piano juntos e nem o fato da família de David ser mandada pra um campo de concentração será capaz de romper o laço entre eles. Sem ter como contar a dura realidade, a mãe de Heinrich inventa pro menino que David e sua família irão viajar pra Spielzeugland (em tradução literal significa Terra de brinquedo), o que acaba por piorar a situação, pois se antes Heinrich não queria ficar sem o amigo, agora ele quer ir junto com ele. Com uma montagem não linear, o filme de Jochen Alexander Freydank ganhou Oscar de melhor curta-metragem em 2009. Difícil não se comover com este sensível drama alemão, deveríamos refletir e ser como as crianças, viver sem nos importar com as diferenças.
Spielzeugland


Sinopse
1942: o que acontece quando um garoto alemão acredita que seus vizinhos judeus vão pra Terra dos Brinquedos? Uma história sobre mentiras e culpa.

Gênero Ficção
Diretor Jochen Alexander Freydank
Elenco Julia Jäger, Cedric Eich, Tamay Bulut Özvatan, Torsten Michaelis, Claudia Hübschmann, David C. Bunners, Gregor Weber
Ano 2007
Duração 14min
Cor Colorido
Bitola 35mm
País Alemanha

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Grupo G - E.U.A. curta-metragem

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Se no futebol os EUA ainda não são nenhuma potência, no cinema são os que comandam a indústria cinematográfica. Em termos de números de filmes, não são os maiores produtores (Nigéria e Índia estão bem a frente), porém, o cinema estadunidense é o mais rentável e suas produções dominam, com raras exceções, o mercado mundial. Pode-se dizer que sua indústria cinematográfica é uma de suas grandes ferramentas de dominação cultural e econômica. Suas superproduções dependem do mercado externo pra pagar as fortunas investidas e pra isso suplantam os mercados locais, quando não conseguem isso, acham um jeito de associar-se a eles. Mas, claro que nem só de blockbusters vive o cinema estadunidense, filmes autorais e os ditos independentes estão entre os melhores do mundo. Reproduzo aqui pequeno trecho de artigo da Wikipédia que expressa bem melhor do que eu consigo sobre o cinema dos Estados Unidos da América: "O cinema dos Estados Unidos, além de uma forma de expressão cultural específica de um povo, é também uma das mais bem-sucedidas indústrias de entretenimento do mundo. Apesar de nem todos os filmes dos Estados Unidos serem produzidos em Hollywood, a localidade tornou-se sinônimo desta indústria nacional. A influência do cinema americano no resto do mundo é avassaladora e permanece, geralmente, como uma referência para o público que, em termos gerais, prefere esta cinematografia aos filmes do seu país".

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JET. Homem atormentado resolve tomar uma atitude
Com muitas escolas de cinema, surgem grandes cineastas a cada instante nos EUA. Não diferente de qualquer outro lugar, a maioria inicia-se nos curtas-metragens. O short film selecionado pra representar o país aqui na Copa de Curtas é um suspense psicológico. Jet é um homem emocionalmente abalado que, no momento em que pensa atentar contra a própria vida, vê uma garotinha ser arrancada da calçada. O clima iniciado de forma tensa  piora quando o personagem, que também dá título ao filme, decide agir. Sem diálogos, o filme faz algumas críticas com sutileza, há conteúdo nas entrelinhas onde a história se desenvolve sem explicação pré-mastigada. Fato curioso é que o diretor e roteirista, Jordan Chesney, ao produzir o roteiro do seu primeiro curta, decidiu filmá-lo, tudo num só dia, ao invés de escrevê-lo, resultando em Jet (O Roteiro), rodado com menos de duzentos dólares e que acabou se tornando, além de um ensaio geral, um storyboard visual. Menos de um ano depois, Chesney captou sua versão definitiva do curta, desta vez com um orçamento de US$ 10.000. Depois de assistir o filme abaixo, quem tiver curiosidade de assistir Jet (O Roteiro) e ver o que mudou de um pra outro, assista aqui http://vimeo.com/67713686
Jet


Sinopse
Jet é um homem infeliz cujos planos são frustrados por uma menina. Apanhado no meio de um crime perturbador, ele será capaz de salvar a vida da menina, e sua própria, ou será que suas decisões podem destruir os dois?

Gênero Ficção
Diretor Jordan Chesney
Elenco Mark Scarboro, Rachel St. Gelais, Brett Gentile, Tom Scott
Ano 2013
Duração 8min
Cor Colorido
País EUA

terça-feira, 8 de julho de 2014

Grupo G - Portugal curta-metragem

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Sempre que penso em Portugal e na sua riqueza cultural, uma inevitável pergunta me assombra: Por que chegam tão poucas músicas e filmes portugueses no Brasil? Herdamos o idioma falado nas caravelas que aqui desembarcaram, entretanto, parece que é ele mesmo que nos afasta. Lembro de uma situação engraçada que o saudoso professor de cinema Aníbal Damasceno Ferreira me contou. Certa vez ele estava no Festival de Cinema de Gramado assistindo um filme que lhe pareceu interessante, porém, não entendia nada do que os atores falavam naquele filme estrangeiro e acreditou que talvez por falha do evento tivessem esquecido de colocar as legendas no longa. Apesar disso, apreciou o filme o suficiente pra achá-lo muito bom. Quando começaram a subir os créditos, o professor Aníbal se deu conta que a produção que ele acabará de assistir era um filme português e não de algum país do leste europeu como equivocadamente pensou que fosse. Esta anedota, sucedida ao já falecido professor, talvez seja algo comum a qualquer brasileiro com ouvidos desacostumados ao sotaque lusitano. Apesar do cinema português ser raro por aqui, Portugal tem um vasto histórico cinematográfico e no final do século XIX já produziam os seus primeiros filmes amadores. O cinema contemporâneo português parece estar dividido, de 2000 a 2005 prevaleciam os filmes autorais, caracterizado pelo experimentalismo e com temáticas que giravam em torno das injustiças sociais; a partir de 2005 dominam os filmes comercias dispostos a atrair o público acostumado com a linguagem das telenovelas, algo similar ao que acontece por aqui devido a influência exercida pela Globo Filmes. Um fato importante a destacar é que o cineasta mais velho em atividade no mundo é o português Manuel de Oliveira, atualmente com 105 anos. Quem quiser saber mais sobre o cinema português atual dá uma olhada aqui: http://www.cinemaportugues.info


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SOMBRAS. Rita Martins vive mulher que está no lugar e na hora errada
A produção que representa Portugal nesta Copa do Mundo de Curtas-metragens do OutroCine é o multipremiado Shadows. O curta é um intrigante suspense que mostra uma mulher, vivida pela linda Rita Martins, que no meio do nada se depara com o corpo de um homem. Ao decidir pegar o pertence que está com o morto, ela não imagina que irá se tornar o alvo de uma brutal caçada. Com uma destacada fotografia, Shadows não possui nenhum diálogo, no entanto, o terror vivido pela personagem é transmitido com muita força na fenomenal interpretação da atriz Rita Martins. O diretor Nuno Dias conduz seu filme com muita habilidade e demonstra domínio na direção de atores e na escolha dos planos que acentuam a atmosfera de pavor. No sítio oficial do filme, Dias afirma que o curta foi rodado "sem qualquer apoio financeiro ou o envolvimento de uma empresa de produção, Shadows foi um trabalho de amor, com todo o elenco e equipe trabalhando sem retorno financeiro". Dá a impressão que título e os créditos do curta estão inglês na tentativa de atingir um público além da língua portuguesa. Se depender da grande qualidade, atingirá.
Shadows (Sombras)


Sinopse
Quando ela deparou com um homem morto no meio do nada, ela decidiu tirar a sua única posse. Mas ela não sabia que também iria tomar o lugar do morto.

Gênero Ficção
Diretor Nuno Dias
Elenco Rita Martins, Ruben Garcia
Ano 2011
Duração 14min
Cor Colorido
País Portugal

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Grupo G - Gana curta-metragem

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Gana é um país localizada na África Ocidental, seu idioma oficial é o inglês e possui uma população de cerca de 25 milhões de pessoas. A palavra Gana significa "rei guerreiro" e foi renomeado assim devido às indicações que os atuais habitantes descendem de povos do remoto Império Gana. Conquistaram sua independência em 1957 usando o grande lema: "é melhor ser independente para governar sozinho, bem ou mal, do que ser governados pelos outros". Enquanto no cinema, parece que, de certa forma, foram regidos por este mesmo lema. Gana ganhou fama por certas singularidades, como por exemplo, os pitorescos cartazes produzidos por eles pra divulgação de filmes de Hollywood. Tudo começou nos anos 80, devido a ausência de salas de projeção, os filmes eram exibidos em locais improvisados usando um vídeo cassete e uma fita pirata. Para a divulgação, pedia-se a artistas locais que pintassem cartazes dos filmes. Tarefa exercida com total liberdade artística por pintores que muitas vezes nem haviam assistido a obra que retratavam. O resultado era bem distinto dos filmes que deveriam divulgar, alguns sensacionais outros bizarros. Apesar de haver deixado de ser tão artesanal, a produção desses cartazes ainda segue, pois, além de ter virado tradição, ocorre hoje em dia devido alguma dificuldade de importação desse aparato de marketing. Existe também um certo mito em cima do cinema produzido em Gana, fala-se muito em pérolas do trash movie e, pelos trailers que vi, parece que realmente houve muito disso, principalmente nas primeiras investidas no cinema que não faz tanto tempo assim. Quem quiser dar umas boas risadas pode conferir aqui uma playlist de alguns anúncios de filmes realizados por lá. No entanto, sem maiores informações, acho injusto pensar que o cinema de Gana seja só isso, seria o mesmo que olhar algumas produções do catarinense Peter Baiestorf ou do Rambú, o Rambo brasileiro, e concluir que o cinema no Brasil é isso. Além do mais, parece que o sucesso do cinema nigeriano em Gana tem influenciado na criação de uma indústria cinematográfica local apelidada de Ghallywood.

Confere aí
Os criativos cartazes dos cinemas móveis de Gana
Gana e seus criativos cartazes de filmes
Os Bizarros Cartazes do Cinema de Gana

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The RETRIEVER. Incrível cenas de violência coreografada
O curta-metragem ganês que será apresentado, mais do que um filme é um exercício fílmico de um grupo chamado 8TH Wonder Stunts que está começando a produzir filmes de ação em Gana. O curta The Retriever mostra o que supostamente parece ser um policial, ou quem sabe um rival, invadindo um local aonde pretensos mafiosos estão reunidos. O que vemos é uma surpreendente sequência de violência coreografa com lutas e disparos, tudo muito bem executado, tanto a parte técnica (câmera, som, efeitos visuais, montagem) como na ação dos atores. Impressiona o alto nível alcançado por este pessoal que ainda está filmando de forma experimental. Creio quem em breve Gana fará filmes de ação tão bons quanto os realizados em Hong Kong e nos EUA, que parecem ser a fonte inspiradora desta produção.
The Retriever


Sinopse
Incrível sequência de ação, com luta e muitos tiros no curta-metragem realizado em Gana.

Gênero Ficção
Diretor Abby Bawa
Elenco 8TH Wonder Stunts
Ano 2012
Duração 5min
Cor Colorido
País Gana