terça-feira, 8 de julho de 2014

Grupo G - Portugal curta-metragem

curta-metragem, short film, corto, court metrage
Sempre que penso em Portugal e na sua riqueza cultural, uma inevitável pergunta me assombra: Por que chegam tão poucas músicas e filmes portugueses no Brasil? Herdamos o idioma falado nas caravelas que aqui desembarcaram, entretanto, parece que é ele mesmo que nos afasta. Lembro de uma situação engraçada que o saudoso professor de cinema Aníbal Damasceno Ferreira me contou. Certa vez ele estava no Festival de Cinema de Gramado assistindo um filme que lhe pareceu interessante, porém, não entendia nada do que os atores falavam naquele filme estrangeiro e acreditou que talvez por falha do evento tivessem esquecido de colocar as legendas no longa. Apesar disso, apreciou o filme o suficiente pra achá-lo muito bom. Quando começaram a subir os créditos, o professor Aníbal se deu conta que a produção que ele acabará de assistir era um filme português e não de algum país do leste europeu como equivocadamente pensou que fosse. Esta anedota, sucedida ao já falecido professor, talvez seja algo comum a qualquer brasileiro com ouvidos desacostumados ao sotaque lusitano. Apesar do cinema português ser raro por aqui, Portugal tem um vasto histórico cinematográfico e no final do século XIX já produziam os seus primeiros filmes amadores. O cinema contemporâneo português parece estar dividido, de 2000 a 2005 prevaleciam os filmes autorais, caracterizado pelo experimentalismo e com temáticas que giravam em torno das injustiças sociais; a partir de 2005 dominam os filmes comercias dispostos a atrair o público acostumado com a linguagem das telenovelas, algo similar ao que acontece por aqui devido a influência exercida pela Globo Filmes. Um fato importante a destacar é que o cineasta mais velho em atividade no mundo é o português Manuel de Oliveira, atualmente com 105 anos. Quem quiser saber mais sobre o cinema português atual dá uma olhada aqui: http://www.cinemaportugues.info


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SOMBRAS. Rita Martins vive mulher que está no lugar e na hora errada
A produção que representa Portugal nesta Copa do Mundo de Curtas-metragens do OutroCine é o multipremiado Shadows. O curta é um intrigante suspense que mostra uma mulher, vivida pela linda Rita Martins, que no meio do nada se depara com o corpo de um homem. Ao decidir pegar o pertence que está com o morto, ela não imagina que irá se tornar o alvo de uma brutal caçada. Com uma destacada fotografia, Shadows não possui nenhum diálogo, no entanto, o terror vivido pela personagem é transmitido com muita força na fenomenal interpretação da atriz Rita Martins. O diretor Nuno Dias conduz seu filme com muita habilidade e demonstra domínio na direção de atores e na escolha dos planos que acentuam a atmosfera de pavor. No sítio oficial do filme, Dias afirma que o curta foi rodado "sem qualquer apoio financeiro ou o envolvimento de uma empresa de produção, Shadows foi um trabalho de amor, com todo o elenco e equipe trabalhando sem retorno financeiro". Dá a impressão que título e os créditos do curta estão inglês na tentativa de atingir um público além da língua portuguesa. Se depender da grande qualidade, atingirá.
Shadows (Sombras)


Sinopse
Quando ela deparou com um homem morto no meio do nada, ela decidiu tirar a sua única posse. Mas ela não sabia que também iria tomar o lugar do morto.

Gênero Ficção
Diretor Nuno Dias
Elenco Rita Martins, Ruben Garcia
Ano 2011
Duração 14min
Cor Colorido
País Portugal

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