por Ana Paula Sousa
Reunião de 18 filmetes é desigual, mas oferece iguarias
14ième Arrondissement
Apanhado de 18 pequenas histórias dirigidas por diretores vários, Paris, Te Amo, em cartaz a partir da sexta-feira 6, é filme que se vê com um sorriso no rosto. Se um episódio derrapa, logo vem outro que diverte. Se um é tristonho, outro é piada. A colagem partiu de uma idéia simples. Cada cineasta deveria enquadrar um bairro (arrondissement) parisiense pelas lentes de qualquer forma de amor.
O resultado é, naturalmente, desigual. Mas contam pontos a favor do filme a montagem fluida e o jogo com os clichês da cidade. No mais, é sair da sala escura e entrar na brincadeira: qual o seu episódio preferido? Alguns são miniachados.
O último deles, 14ième Arrondissement, do norte-americano Alexander Payne (Sideways), já valeria o filme. O relato da mulher que trabalha nos correios de Denver e vai sozinha a Paris, para praticar francês, é precioso. Quando a turista descreve, num francês de “erres” americanos e nenhuma conjugação verbal, o momento “em que se apaixonou por Paris e Paris se apaixonou por ela”, Payne simplifica os mitos da cidade e da solidão.
Engraçadas e imprevisíveis são as miniaturas de Joel e Ethan Coen, Gus Van Sant, Alfonso Cuaron e Wes Craven (da série Pânico), que dirigiu um ótimo episódio no cemitério Père-Lachaise, onde mora Oscar Wilde.
Os brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas vão ao tempo da delicadeza em Loin du 16ème, sobre uma jovem latina que, metrô após metrô, deixa o filho na creche e vai cuidar de outra criança, como babá. Em Quartier Latin, dirigido por Gena Rowlands, Frédéric Auburtin e Gérard Depardieu, nos deleitamos com a interpretação de Gena e Ben Gazzara, irônicos na fuga da solidão e da velhice.
Outros tantos filmetes, como Porte de Choisy (Christopher Doyle) e Place des Victoires (Nobuhiro Suwa), são equívocos. Apagam-se eles da memória, ficam os bons.
O último deles, 14ième Arrondissement, do norte-americano Alexander Payne (Sideways), já valeria o filme. O relato da mulher que trabalha nos correios de Denver e vai sozinha a Paris, para praticar francês, é precioso. Quando a turista descreve, num francês de “erres” americanos e nenhuma conjugação verbal, o momento “em que se apaixonou por Paris e Paris se apaixonou por ela”, Payne simplifica os mitos da cidade e da solidão.
Engraçadas e imprevisíveis são as miniaturas de Joel e Ethan Coen, Gus Van Sant, Alfonso Cuaron e Wes Craven (da série Pânico), que dirigiu um ótimo episódio no cemitério Père-Lachaise, onde mora Oscar Wilde.
Os brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas vão ao tempo da delicadeza em Loin du 16ème, sobre uma jovem latina que, metrô após metrô, deixa o filho na creche e vai cuidar de outra criança, como babá. Em Quartier Latin, dirigido por Gena Rowlands, Frédéric Auburtin e Gérard Depardieu, nos deleitamos com a interpretação de Gena e Ben Gazzara, irônicos na fuga da solidão e da velhice.
Outros tantos filmetes, como Porte de Choisy (Christopher Doyle) e Place des Victoires (Nobuhiro Suwa), são equívocos. Apagam-se eles da memória, ficam os bons.
Paris, Te Amo - Trailer
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